Sonhos Matrimoniais


Portal que abençoa os “contemplários”, templários contemporâneos das belezas do Jalapão, a forma em que a natureza batiza os seus viajantes e tira do silêncio sonhos matrimoniais... templo de pedra que emana a vida guiada naturalmente por algo mais superior...

Foto: Beto Monteiro

Proteção dos Montes e Serras do Jalapão

A imensidão dos horizontes do Jalapão é pontuada à distância por morros testemunhos do relevo de outrora. Esses montes consistem em ambientes típicos para abrigo de avifauna, répteis e pequenos mamíferos, bem como são tidos de forma especial por uma forte simbologia cósmica ou cristã. São como faróis, fortalezas ou castelos naturais para determinadas espécies. Já para o ser humano ensejam mirantes para enxergar mais longe, ou enxergar o mundo com um outro olhar, bem como a si mesmo numa outra estatura da vida.

Para o Feng Shui, um lugar "protegido" é aquele em que os fundos, a frente e os lados são guardados por certas formações, naturais ou artificiais. Assim sendo, as formas terrestres que se dispõem em volta de um determinado lugar são as guardiãs desse lugar. A sua função é reter as energias benéficas e impedir que as energias destrutivas penetrem no local.

Na China Antiga, essas formações receberam os nomes de quatro espíritos protetores animais conhecidos pelos antigos xamãs: o dragão, o tigre, a tartaruga e a fênix. Assim o "lugar ideal" seria composto por "um vale fértil, circundado por montanhas, atravessado por um rio e aberto para o sol".

Estas formações nada mais são que montanhas e devem ser respeitadas. Qualquer tipo de interferência drástica que se faça nelas pode provocar desastres. Todo o lugar fica comprometido e perde a sua força, o seu "sopro vital". A montanha que ofereceria proteção, passa a ameaçar. ( in Valéria Loureiro - Especial para o Lugar Certo)

Serra do Espírito Santo, Serra da Catedral... teus nomes ensejam valores enraizados na fé da própria história do Jalapão. Na música do "Menestral do Jalapão", Dorivan, com a sua ... Passarim do Jalapão, a poesia interpreta que no Jalapão... " teus morros povoaram sonhos, criando mistérios e lendas, desenharam templos em pedras, coisas que eu nem sei cantar..."

Nos desafios de gestão dessa região esses monumentais elementos da paisagem correm riscos de degradação ambiental pela demanda por cascanhamento das estradas da região, entre outras ameaças como a mineração.

Sejam para proteção biológica, paleontológica, arqueológica ou pela simbologia religiosa dos homens, vale perceber a interdependência sociedade / natureza. Já dizia o provérbio que "a fé move montanhas"... então adotemos essa postura.





"Aqui cuidamos, colhemos e acolhemos com sensibilidade ambiental"

Um Sertão em sí...


" O centro do mundo é onde estão plantados os seus pés. O centro do mundo é o sertão. A periferia é o que está por fora. E não se engane não, profeta, ele não vira mar, ele vira mundo, mundo em espera. É o ponto equidistante entre o que se fala e o que se desconhece. É o ponto equidistante entre o espelho e o que não se reconhece" Micheliny Verunschk.


O Jalapão é um dos principais teatros do Sertão Brasileiro ao ganhar a atenção de eventos esportivos como o Rally dos Sertões, ao considerarem em vinte anos de edições anuais a necessidade de oferecer aos seus competidores a passagem pelo Jalapão como a etapa maratona mais decisiva.

Mas não só de esporte de aventura e turismo de aventura que se percebeu que esse sertão tem o seu valor na história de pioneiros e povos tradicionais de uma região desolada pela falta de infraestrutura e abençoada por ter uma biodiversidade intrigante.

Valeu o cenário cinematográfico para moldurar a saga de outros tempos, de sertanistas em busca de suas descobertas e defesas ideológicas... nos tempos de hoje em telas de cinemas em filme sobre os Irmãos Villas Bôas, entre outros contos brados retumbantes desse país.



Nesses rincões também assinam aqueles que vem a fronteira econômica como uma ameaça a sobrevivência de outras espécies, uma misto de chegada e partida nesse encontro de diferenças culturais. Nessa marcha, para o Oeste... ou Norte... as pessoas aplicaram seus fundamentos, uns defendendo gente, outros defendendo "bichos". Eis que se espelha... o Jalapão já não tem mais seus indígenas Acroás, e seus bichos estão esvaindo...
Villas Boas com os indígenas, José Hidasy com os bichos, na contra-marcha do Oeste.

O Jalapão... a próxima página na inquietante territorialização de suas fronteiras e frenesís... anima ainda pela busca dos descobrimentos... ainda que encobertos mas já avistados por expedicionários... pesquisantes, visitantes... 

Nessa imensidão ... o encontro consigo num silêncio absoluto num lugar, no inóspito da autobusca de seus próprios valores, como um grande ímã que espelha a busca da compreensão de sí mesmo.


Terapia Ambiental

Terapia Ambiental
"Pense como uma montanha". Arne Naess